Friday, October 24, 2014

Amar, sem dar tabefes, é a melhor receita para cultivar a compreensão e cumprimento das regras básicas, na infância...


E nunca, ninguém, me vai convencer que a bela da "palmada", no momento certo, se for repetida vezes sem conta vai resultar, algum dia ou alguma vez...
Uma das coisas que mais me orgulha, no meu passado de mãe muito jovem (aos 20 anos) e, totalmente, inexperiente e insegura, é nunca ter recorrido ao tabefe e à palmada, para provar o meu ponto de vista à Vanessa.
Ainda hoje me lembro, e ela também, pois já mo confessou, do único tabefe que lhe dei na vida, desde que nasceu, linda, há 36 anos.
Aconteceu por volta dos 8 anitos de idade, quando eu já desesperada, no início de uma noite qualquer, a fui procurar à rua.
Percorri, feita louca, o percurso que ela sempre fazia quando saía da escola secundária, até casa. Naquele dia ainda não tinha chegado e já era noite, bem escura!!!!
Depois de muito correr à sua procura, estava eu ainda na rua, próxima da entrada do prédio onde morávamos e eis que a vejo chegar, com as amiguinhas de então (uma delas a Madalena), descontraída, com um belo sorriso nos lábios, como nada se tivesse passado e aquela fosse a melhor hora do mundo, para chegar a casa. Tinha sido, só e apenas, um passeio mais longo que o habitual, com as amiguinhas de escola e de brincadeira.
Levantei da mão e zás, acertei-lhe em cheio numa das bochechas rosadas. Foi um gesto mecânico, de puro desespero, no momento, que depois me deixou de rastos, a mim e a ela, durante umas horas a fio e que me deve ter doído mais a mim que a ela, ou não...
O sentimento de culpa esmagou-me por dentro no momento imediato e levou tempo a passar, bem como a dor inesperada que ela sentiu, daquele tabefe, que teve de ser explicado, com muito cuidado, para a fazer entender que o meu desespero era tão grande que não consegui controlar o impulso agressivo.
Amar, incondicionalmente, um filho passa por ter carradas de paciência, capacidade de comunicação, muita, mas mesmo muita, conversa, muita e muita explicação dos porquês, muitas palavras, palavras e palavras e muitos beijos e abraços e, às até vezes, alguns silêncios...
Vanessa..., não me arrependo, nem um segundo, de não te ter dado mais do que aquele tabefe!
És uma pessoa linda e a prova viva de que os tabefes e as palmadas, por tudo e por nada, na infância ou na adolescência, não fazem falta alguma na Educação de, absolutamente, ninguém!
Aaahhh...., já agora e para que aqui fique registado neste rol de memórias de mãe, também, me lembro daquela tua frase célebre, ainda pequenita, quando me perguntaste:
- Oh mãe, mas porque é que não posso?
- Porque não, disse eu...
- Porque não não é resposta mãe! disseste tu...
É claro que fiquei embatucada e tive que dar a explicação, bem cuidada, no momento, eheheheh..

Beijos,
da Princesa! (e mã... que te adora)

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