Thursday, March 14, 2013

Ohares...

Quando hoje regressava a casa, já o tráfego automóvel era escasso, dei por mim a reparar no jeito das gentes que passavam junto ao meu carro, na lateral dos passeios ou nas passadeiras que me faziam abrandar a marcha, para dar passagem. Heranças de uma estudante de Sociologia, sempre com o faro aguçado para espreitar para o lado de lá da cortina entreaberta da janela...
Dei passagem a um homem, já gasto pelos muitos anos, uns setenta..., talvez. Caminhava devagar, com alguma dificuldade e passo incerto. Atravessava a passadeira de peões, mesmo ali, à minha frente. Sapatos gastos e calças curtas, bem acima do tornozelo, de cabeça baixa e ar cansado. O olhar, se calhar distante, não deu para ver mas..., deu para imaginar as preocupações que lhe iam na alma e lhe ocupavam o pensamento.
Na lateral direita, uma mulher de idade incerta, mas não avançada, atravessa a rua apressada, provavelmente porque já estava atrasada para fazer o jantar do marido e dos filhos. A roupa descompensada e simples, não lhe assentava nada bem. Que pena...
À esquerda, uns quantos chavalos, de "phones" enfiados nas orelhas, ouviam uma música qualquer, provavelmente vulgar, com som de batuque descontrolado e sem graça. Deambulavam por ali, sem sentido, dando risadas altas e forçadas.
Não vi ninguém de olhar frontal e brilhante, de passo descontraído, de rosto alegre.. Dá para pensar!
O que é que se passa por aqui nesta terra linda?
Quase tudo o que nos rodeia neste momento, é o espelho de uma vivência social, ausente de ânimo e de vontade de sonhar com um futuro melhor, que pode estar tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe.
Oh my God!
Temos que salvar este País! É urgente!

Beijos,
da Princesa!

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