Saturday, October 24, 2009

Chico, eterno...



A caminho de casa, a pensar na festarola que os meus cães iam fazer assim que chegasse, fui surpreendida por esta bela recordação...
Há poemas eternos que passarão sempre para além do tempo e para além da história.


Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
*
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
*
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto´
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
*
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
*
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
*

Beijos,
da Princesa

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