Digamos que hoje tenho uma história verdadeira mas triste, para vos contar:
- A gata Carlota, digno ícone da Taverna dos Trovadores, em São Pedro de Sintra, morreu ontem.
Foram catorze anos de animada convivência com todos os que lá estão e com todos os que por ali passaram.
Foi adoptada ainda muito jovem quando por ali apareceu, após a morte da dona que morava perto. Teve cerca de 50 filhos distribuídos por amigos e clientes e fez franca amizade com todos os outros animais do Largo do Picadeiro.
Espertíssima, gulosa e uma lutadora pela vida (sobreviveu a muitas e boas) desta vez não escapou ao atropelamento. Provavelmente já era a oitava vida e dizem que os gatos só são donos de sete.
Saltava para o colo dos clientes na tentativa de os convencer a partilhar um pouco da carne do prato e para o meu saltava sempre para ali descansar, mesmo sem vestígios de comida à vista.
Foi enterrada no canteiro do pátio por vontade do Fernando e o Vasco fez-lhe uma cruz de madeira.
Talvez a volte a encontrar se virar bicho na próxima encarnação.
Beijos,
da Princesa
4 comments:
De facto é uma notícia bem triste para todos os que, como eu, são frequentadores habituais da Taverna.
A minha relação com os animais é cordial mas distante. Nunca habitaram a minha casa, com excepção de periquitos, e embora os respeite, nunca consegui ter relação próxima com nenhum.
Mas para além de os respeitar também os admiro, e a Carlota era de facto um ícone da Taverna. Há muito que tinha deixado de ser um simples animal de estimação. Era mais uma das personagens que habitam aquele espaço tão característico e familiar. Sempre a saltar para o colo dos clientes, sempre por ali a vaguear como quem passa para cumprimentar os amigos.
Não tenho dúvidas que ficará na memória de todos os amigos da casa.
E começará já a ser lembrada nos espectáculos de hoje e amanhã...
Nem sei que diga.
Impressionava-me sobretudo a maneira como seleccionava, com aquele olhar que só os gatos têm, as pessoas de quem queria ser amiga. Tolerante com todos, só com alguns demonstrava carinho e amizade. E só respondia ao chamamento daqueles por quem nutria, também, verdadeiro respeito. Exemplar comportamento para um animal que muitos acham destituido de qualquer tipo de inteligência!
Conheço alguém que ficará, realmente, muito triste ao tomar conhecimento do desaparecimento da Carlota.
Se há "céu dos gatos", que lá encontre a paz que merece.
Fiquei consternado, quando ouvi, na Sexta-Feira o Charraz anunciar o seu desaparecimento.
De entre os animais domésticos, para mim, os gatos são os que mais me cativam, pela sua independência e selectividade na escolha de comunicar com os humanos.
Resta-me pensar que seria, por certo, um animal feliz e priviligiada por habitar aquele espaço.
Descansa em paz...
um dia irei ter contigo e sei que virás ter comigo...
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